27 de dez. de 2008

Nova fachada para um prédio histórico

Durante um tempo, um tapume escondeu a obra, num pequeno prédio na Rua da Praia, situado entre a antiga Livraria do Globo e uma loja ao lado da Galeria Chaves. Agora, concluído o trabalho, surge um novo edifício, estilo funcional, moderno. Como se nota na foto, não permaneceu nenhum sinal da arquitetura original. Nos cafés do centro, rola o comentário de que a mesma empresa que comprou e reconstruiu o imóvel, também adquiriu a Galeria Chaves, um centro comercial em estilo renascentista, aberto em 1936 e tombado pelo patrimônio histórico do município em 1968. Teme-se, agora, a repetição do mesmo padrão de reforma, o que deixaria irreconhecível um dos mais tradicionais prédios de Porto Alegre.

16 de dez. de 2008

Leituras recomendadas

Dois livros sobre a Porto Alegre antiga

Dois livros sobre a Porto Alegre antiga merecem ser lidos e conhecidos. "A Velha Porto Alegre", do historiador Sérgio da Costa Franco, lançado por esses dias, numa edição conjunta da Editora Canadá/EST; e, "História Popular de Porto Alegre", de 1940, escrito por Achylles Porto Alegre, cronista social da cidade no começo do século 20. Desse último, vejam este trecho sobre os cafés como ponto de encontro de políticos, intelectuais e jornalistas numa cidade que se modernizava:

“Ali, entre uma fumaça e um gole de café, se combinam os mais arrojados planos literários, artísticos e administrativos. Ali se concebem num relance, diante da chávena ou do cálice inspirador, o poema, o romance, o artigo de fundo, a crônica, o quadro, a eleição do presidente da República ou a organização de um ministério. Ali se planejam revoluções e deposições de governo.”

10 de dez. de 2008




Bairro Centro Histórico?

Como acontece em outras cidades, o Centro Histórico de Porto Alegre passará à condição de bairro. Pelo menos, essa é a intenção da prefeitura, que poderá tomar essa decisão no âmbito do projeto de revitalização do centro. Com a medida, prédios, monumentos, ruas e outros logradouros poderão receber atenção mais específica dos órgãos públicos, inclusive internacionais, que tratam do assunto, além de garantir maior objetividade nos mapas e roteiros turísticos.
Foto: Rua da Praia - Ricardo Stricher/Divulgação.

7 de dez. de 2008

CristineRochal/PMPA
"Calçada boa é símbolo de democracia”

Opinião de urbanista colombiano em seminário internacional sobre cidades. O blog Porto Alegre Centro Histórico traz algumas idéias debatidas no encontro.


Festejado como o principal responsável pelas melhorias que revolucionaram a cidade de Bogotá, a capital da conturbada Colômbia, o ex-prefeito Enrique Peñalosa faz uma defesa veemente do transporte coletivo e do espaço público, e diz que o programa Cidade Limpa, que eliminou os out-doors publicitários de São Paulo “é um exemplo para o mundo”. Porto Alegre e outras cidades brasileiras também poderiam adotar esse modelo.

As idéias do ex-prefeito de Bogotá foram debatidas juntamente com propostas de especialistas de várias partes do mundo na Conferência Urban Age South American, realizada em São Paulo, nos dias 05 e 06 de dezembro. O encontro discutiu os rumos das grandes cidades e suas mazelas.

O blog Porto Alegre Centro Histórico presta um serviço ao leitor e destaca algumas das opiniões desses estudiosos, entre eles a brasileira Raquel Rolnik e o norte-americano Richard Sennet, além do ex-prefeito de Bogotá:

Enrique Peñalosa
(Folha de São Paulo, Caderno Cotidiano, C4, 06/12/2008)

“Uma cidade tem que ser boa para as pessoas mais vulneráveis, crianças, cadeirantes, idosos, pobres, ciclistas.O desafio é criar a cidade para as pessoas, e não para os carros.”As cidcades ricas, há 15 anos, decidiram não fazer mais vias para melhorar o trânsito.”

“É possível medir a democracia analisando como o espaço público é distribuído.”

“As calçadas são parte do sistema de transporte, porque a jornada começa quando saímos de casa. Uma calçada boa é símbolo de que o cidadão que caminha tem o mesmo valor de outro que tem um carro de US$ 30 mil. É símbolo de democracia. O que diferencia uma cidade boa de uma ruim é a qualidade das calçadas.”


Raquel Rolnik
(O Estado de São Paulo, Caderno Aliás, J5, 07/12/2008)

“O entrave da questão urbana no Brasil é a setorização dos interesses. A lógica das empreiteiras ainda rege o financiamento do desenvolvimento urbano, onde a concentração de recursos convive com a fragmentação dos serviços.”

“É uma lógica segundo a qual os interesses políticos e empresariais estruturam-se em torno de setores definidos. Ou melhor, setores corporativos arraigados na estrutura do estado e na estrutura político-eleitoral no país. O Ministério das Cidades, criado em 2003, não conseguiu reverter isso.”

“A experiência ‘star’ de Bogotá é o TransMilenio. Trouxe outro padrão de mobilidade urbana. É fantástico. Antes de inaugurar o TransMilenio, houve uma ampla mobilização social e cívica em Bogotá para debater o projeto. Aprovou-se uma lei de uso e ocupação do solo e criou-se um imposto sobre valorização imobiliária. Foi esse imposto que permitiu à administração local tocar experiências tão radicais.”

Richard Sennett
(O Estado de São Paulo, Caderno Aliás, J4, 07/12/2008)

“O grande remédio para se combater a violência urbana é dar emprego para as pessoas. Essa crise vai promover muito desemprego. Nós precisamos nos preparar para isso. Penso que se deva dirigir o foco para as pessoas e para o trabalho. Isso significa prestar mais atenção nas economias locais.”

“O governo (em Londres) tem restringido muito o número de automóveis em circulação. Nós também não construímos estradas. Se existem muitos automóveis, a resposta é não construir estradas.”

“Não podemos ficar olhando para o governo na expectativa de que ele resolva tudo. Precisamos de mais ações, todos os dias. Temos de construir algo que esteja lastreado numa base de ações próprias, evitando as burocracias.”

4 de dez. de 2008

Caminhando, conheça o Centro de Porto Alegre

Uma iniciativa oportuna que propicia um passeio agradável e instrutivo. É o programa criado pela Prefeitura de Porto Alegre, Viva o Centro a Pé, que consiste em caminhadas e visitas orientadas através das ruas e prédios da zona central da cidade. Participam especialistas em diferentes áreas, entre eles escritores como Luís Augusto Fischer e Alcy José de Vargas Cheuiche, que acompanham os grupos de interessados, fornecendo informações e esclarecimentos sobre a história de Porto Alegre, os prédios, os monumentos e os espaços públicos. As inscrições para o passeio são gratuitas. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (51) 3289-3738 ou 8114-5504 ou