30 de nov. de 2008


Atualização em Patrimônio Histórico

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) e a Associação Pró-Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural do Rio Grande (APAHC) promovem nos dias 11 e 12 de dezembro, o Seminário Atualização em Patrimônio Histórico. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet, através do e-mail: ldias@vetorial.net
Para baixar o folder com a programação do evento, acesse a página do IPHAE, no endereço eletrônico: http://www.iphae.rs.gov.br/
O seminário será realizado na cidade de Rio Grande, no Espaço Cultural Walter Renato Monteir Badejo, Sobrado dos Azulejos, na rua marechal Floriano, 103. Mais informações através dos telefones (53) 3232.3278 ou (51) 3225.3176. Fonte da matéria e da foto: IPHAE.

25 de nov. de 2008


Brasil já tem um Atlas de Centros Históricos


Editado pela Casa da Palavra, o Atlas de Centros Históricos no Brasil é a mais completa publicação sobre o assunto já produzida no país. Resultado de uma pesquisa do Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza (Itália), o livro é uma amostra dos variados processos históricos que determinaram a formação de diversas cidades brasileiras entre os séculos XVI e inícios do XX.
Agrupados em cinco grandes temas – as capitais da administração colonial, as cidades da mineração, os centros agrícolas para exportação, as cidades de conquista e povoamento, as cidades novas do século XIX – vinte e seis centros históricos brasileiros são apresentados na sua evolução urbana, nos seus aspectos culturais, e numa proposta de percurso que permita ao visitante compreender arte, arquitetura e traçado urbano.

22 de nov. de 2008


Casarões da Rua da Praia recuperados


Estão concluídas as obras de restauração dos casarões localizados na rua dos Andradas 673 e 683, financiadas, em parte, pelo Ministério da Cultura. O governo entrou com R$ 422 mil para fachadas, telhados e estrutura, e o proprietário arcou com as despesas da recuperação dos interiores, cerca de R$ 300 mil.
Os prédios são testemunhos das mudanças ocorridas na cidade. Construídos na segunda metade do século XIX para servir de residência às famílias abastadas, foram perdendo prestígio ao longo do século XX, transformando-se primeiro em pensão, depois em fábrica de instrumentos musicais e ainda em loja de móveis.
Por muito pouco não tiveram o mesmo destino de outros casarões que formavam o antigo alinhamento da mais tradicional rua da cidade, que foram demolidos para abrigar estacionamentos. Escondidas por tapumes, por cerca de trinta anos estas construções foram imperceptíveis à vista dos porto-alegrenses.
Fonte: SMC - POA. Foto: Prefeitura/Divulgação.

21 de nov. de 2008


Edifício do Cine Imperial será reformado e entregue à cidade

Um dos primeiros arranha-céus de Porto Alegre abrigará centro cultural

Foi assinado dia 19 de novembro o contrato de execução de obra para restauração, reforma e ampliação do Edifício Imperial, um dos primeiros arranhas-céu de Porto Alegre O imóvel pertence à Prefeitura de Porto Alegre, que cedeu à Caixa Econômica Federal (CEF) os cinco primeiros pavimentos mais uma área de terreno livre nos fundos, onde será erguida uma nova edificação contígua. Os andares superiores vão sediar a Secretaria Municipal da Cultura (SMC). A área total do espaço será de 8,8 mil metros quadrados e a obra deverá ter o prazo de duração máxima de 15 meses, com valor de execução de R$ 16,5 milhões.

Conforme o protocolo firmado entre Caixa Econômica Federal e a Prefeitura de Porto alegre, será disponibilizando à população porto-alegrense um teatro com capacidade para 670 pessoas, além de espaço para museu, exposições, ensaios de dança e sala multimídia. Seu restauro e utilização cultural contribuem para o projeto de revitalização do centro da cidade. As salas dos cinemas Imperial e Guarani, térreo, mezanino e mais dois pavimentos do prédio de onze andares ficarão sob responsabilidade da Caixa durante 30 anos, em contrapartida à realização da obra. A iniciativa pretende manter a concepção original de cine-teatro, preservando a fachada e outros elementos como pisos, luminárias e escadaria.

O Conjunto Cultural se dedicará a exposições, mostras de cinema, oficinas e seminários, oferecendo sala de dança, camarins, vestiários, banheiros adaptados para portadores de necessidades especiais, foyer, cafeteria e livraria.

Calçadão
Localizado no calçadão da Praça da Alfândega (r. dos Andradas 1051 e 1073), o edifício Imperial foi um dos primeiros arranha-céus da cidade, construído entre 1931 e 1933. De autoria de Egon Weindorfer e Agnello Nilo de Lucca, é um dos exemplares mais sofisticados da arquitetura art déco no Brasil, especialmente sua fachada, que representa a variante marajoara do movimento. A construção combinava um espaço de entretenimento (cine-teatro) com moradia, tendo introduzido na capital o conceito dos duplex, apartamentos de dois andares.

(Assessoria de Imprensa - Secretaria Municipal de Cultura)

20 de nov. de 2008


Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o "Julinho", em 1910.
Porto Alegre em fotos antigas
Os interessados em conhecer a Porto Alegre de outros tempos, bem como outras cidades do Rio Grande do Sul, devem visitar o fabuloso site Fotos Antigas (clicar aqui) e seu acervo de fotos e ilustrações. Sempre que descobrirmos sites e blogs interessantes, vamos divulgá-los. O Fotos Antigas tem um conteúdo muito bom. Veja você mesmo!

16 de nov. de 2008



Jornal Livros na internet


Saramago deu entrevista em Porto Alegre


O Jornal Livros, publicação especializada que circulou de 1995 a 1999, em Porto Alegre, está sendo digitalizado e será disponibilizado na internet. Com quatro páginas, periodicidade trimestral e distribuição gratuita, era editado por Luiz Fonseca. Inicialmente, teve duas edições-piloto com o título Bolivros, livraria que emprestou o nome e serviu de ponto de contato para distribuição e divulgação.

A edição final, de número 13, do Jornal Livros, circulou no último trimestre de 1999. Trazia como manchete a 45a Feira do Livro de Porto Alegre, além de chamadas sobre dois livros interessantes: "O Pensamento Chinês", de Marcel Granet, da editora Contraponto; e, "A Batalha de Papel - A Guerra do Paraguai através da caricatura", de Mauro César Silveira, da L&PM. Tanto a China, como o Paraguai, continuam nas manchetes.


13 de nov. de 2008




COSTUMES



* J. S. e Albuquerque

A modorrenta Porto Alegre dos anos trinta e nove renascia no remanso das cinco da tarde, no esplendor de suas mulheres e na inquietação que tomava conta da rua da Praia, antecedendo o vespertino desfile sempre renovado, e que dava bolas à imaginação dos homens, na gradação de sua idade, desde o inocente flerte, à glória de poder sentar-se com a namorada para o chá das cinco, pois a raridade do telefone assim o exigia. Na rapaziada prevalecia o desejo de vislumbrar o perfil daquelas mulheres bronzeadas pelo sol dos genes dos Guaicurus; a beleza como fruto imanente da terra.
No meio daquele desfile um gigante, a rir e a cumprimentar, vestindo impecavelmente um uniforme branco e um quepe da mesma cor, com frisos discretamente dourados em uma das mãos, sopesando um par de luvas. Conhecido de todos, ou melhor, familiar a todos, pois se tratavam por ti. Ele era o guarda-cívium, o guarda do cidadão. Nunca vira uma simbiose tão perfeita entre o que dava e o que recebia proteção.
O footing começava na esquina da Borges de Medeiros com a rua da Praia e seus personagens saíam do casario próximo, ao seu bel prazer. Nada pré concebido, não havia arranha-céus e nem árvores. O sol se esparramava na rua da Praia para iluminar o desfile. A sutileza do pensamento, aqui e ali, vislumbrava nos vestidos mais diáfanos um perfil mais ousado. Tudo era sonho, mas não é sonho o alimento da vida?
De repente um apito de trem de brinquedo, longo e incisivo, assanhava tudo quanto era homem e todos se apinhavam no café da esquina, o Café Central, a sorver um café tão quente, como se fora preparado num vulcão. Aqui e ali o nosso desfile sofria defecções: na outra parte em que a Borges de Medeiros divide a rua da Praia, lá estavam as casas do doce e do chá roubando-nos figurantes, e de maneira discreta a platéia tomava rumo. Ia bebericar nos seus bares preferidos e comentar o evento. O sol se equilibrava entre uma ou outra nuvem que vinha xeretear a agonia da tarde, ou quem sabe dar o pano de fundo onde se escondia a saudade do turbilhão de emoções que ficavam nadando a procura de corações desolados, pungidos por vezes pelo olhar furtivo de curiosidade e alheio de sentimentos.
Ao bucólico do anoitecer só nos faltavam lampiões, o sol se escondia por detrás da chaminé da Light e se banhava no estuário do Guaíba.
Um esplendor iluminava o céu: anoitecia.

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*José da Silva Albuquerque, médico veterinário, paraibano que adotou o Rio Grande. Observador, registrou suas impressões da cidade e do tempo em que viveu.